terça-feira, 25 de agosto de 2015

QUAL VAI SER ?



Tem horas que a vontade é jogar na parede, arrancar a roupa e transar ali mesmo.
Mas tem horas que a vontade é jogar na parede, botar o dedo na cara (dar uns dois tapas) e perguntar: “qual vai ser?”
“Vai ser sempre assim ou vai melhorar? Vai ter uma atitude ou posso te dispensar?”
Porque gente em cima do muro é brochante.
E de brochante já basta acordar segunda-feira pra trabalhar.

Algumas pessoas realmente são um atraso de vida.
São um atraso gostoso às vezes, principalmente num sábado à noite de tédio.
Principalmente mesmo se não tem nada legal no Netflix.
Mas são tão atrasos de vida que até ficar em casa vendo Zorra Total parece uma ideia melhor.
Porque pessoas assim não devem ser nada mais que isso: um passatempo.
Tenho nada contra coisas casuais (sou muito à favor, até), mas levar gente assim à sério é um atraso.
E atrasos, como o nome diz, só te colocam pra trás (em alguns casos, atrás na fila dele).
Mas às vezes você se deixa levar e se envolve com um atraso.
E você sabe o desfecho de sair com aquela pessoa.

Sabe até a sequência que as coisas vão acontecer:

Ele sumiu.
Ele sumiu há um tempo.
(…)
Ele reaparece.
Você finge desinteresse.
Você sabe o que ele quer.
Você falha em fingir desinteresse.
Vocês conversam.
Você ri.
Vocês conversam muito.
Você volta a fingir desinteresse.
Você ouve dele coisas que te derretem.
Você desiste de fingir desinteresse porque você não consegue.
Você é boba.
Você cede.
Vocês marcam.
Vocês se encontram.
Vocês se cumprimentam.
Vocês se abraçam.
Você ri.
Vocês riem.
Vocês se beijam.
Vocês se beijam pra caramba.
Você se beijam tanto que, opa, já estão sem roupa.
Vocês estão sem roupa e nem lembram como isso aconteceu.
Vocês continuam sem roupa e tudo agora está perfeito.
Vocês falam que deveriam se ver/fazer isso mais vezes.
Vocês conversam.
Vocês se beijam.
Vocês se abraçam.
Vocês se despedem.
Vocês repetem o ciclo.
Ele sumiu.

Não é assim?

Uma pena, porque teria tudo pra dar certo.
Só falta à essas pessoas saberem o que querem da vida.
Aliás, da vida não. Isso é pedir muito.
Só tinham mesmo que saber o que querem da gente!
E nos dizer, o que é mais importante.
Seja qual for a resposta ela é libertadora: ou a gente se leva à sério, ou a gente se diverte às vezes.
É justo pra todos os envolvidos.
Em tempos de relacionamentos descartáveis é mais complicado achar alguém que valha à pena.
Se você vale e quer algo sério, por quê estar com alguém que te trata como descartável?
Pra quê dar o seu melhor pra quem só quer de vez em quando e não todos os dias?
Pra quem não vai cuidar de você.
Não dá pra ficar perdendo tempo com alguém que não tem tempo à perder contigo.
Porque assim você tá perdendo tempo com o futuro namorado de alguém.
Sabe aquela frase?
“Vai ficar por quanto tempo? Preparo um café ou preparo minha vida?”
Então…
Vou ser seu tudo ou você vai ser meu nada?

Qual vai ser?



Tem 27 anos e quando for pai será o mais babão do mundo. Diferente da maioria, adora falar em público. Escreve um livro há 5 anos, não quer ser mais um “escritor de coisas melosas”, e escreve aqui sobre relacionamentos como se estivesse dando conselho para amigos, porque está. (E que, pasme, agora usará mesmo o Twitter. Siga-o!)

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