É na adolescência onde tudo parece maior do que de fato é.
As alegrias são elevadas aos extremos, as tristezas são exageradas e limite é
uma palavra que não existe. É difícil controlar os próprios sentimentos quando
são eles que estão no controle.
A notícia boa é que passa. A notícia ruim é que passa.
Ao mesmo tempo em que é prazeroso vivenciar situações
emocionais demasiadamente fortes, é também extremamente desgastante.
A maturidade uma hora chega. Para todos. E aquilo que há
anos atrás você poderia jurar que não suportaria, depois dos 20 já não é mais
capaz de te matar.
Você sabe que vai sobreviver. Aprendeu que o tempo não deixa
ninguém na mão e que cedo ou tarde fará o seu trabalho em levar tudo embora.
E então você apenas espera.
A paciência que você desenvolveu em esperar é baseada na
certeza de que os momentos de tristeza são apenas intervalos de uma alegria
maior, inerente a você, e que não acaba, apenas adormece para acordar ainda
mais forte.
É depois dos 20 que você aprende a desistir.
Por que para desistir é preciso racionalidade e é ela, e só
ela, a condutora da saída quando tudo parecer um enorme labirinto sem
escapatória.
Você aprende a usar a balança da vida e fazer escolhas
determinando suas possibilidades e chances.
Não há motivos plausíveis para insistir no fracasso.
E é nessa hora que você se dá conta de que desistir também é
uma atitude corajosa e se orgulha dela.
É depois dos 20 que você percebe que o mundo não para
esperando que você se reconstrua.
Ele continua girando. A vida continua acontecendo. Os dias
continuam passando. E mesmo que cair seja inevitável, a recusa em se levantar
não é.
Você então apenas continua. Aos trancos e barrancos, meio
errado, um pouco torto, muito molhado, mas sempre em frente.
É depois dos 20 que você se importa cada vez menos com o que
pensarão sobre o que foi preciso para que você catasse seus próprios pedaços.
Por que se levantar acarreta na missão de se resolver
consigo e um ciclo não se abre sem que você feche por inteiro o anterior.
Então tudo o que for feito para que você siga em frente é
justificável, é perdoável, é necessário.
Pensar primeiro em você é o combustível para a superação.
Você faz o que tem que ser feito e não há nada de errado
nisso.
Depois dos 20 você já não tem mais idade, cabeça e nem
paciência para sofrer além do necessário, mas também não tem idade suficiente
para se deixar tomar pelo rancor e pela amargura.
Por mais que você caia, você sempre se levanta. Mesmo que
seja para cair de novo. E de novo de levantar.
Conforme você cresce as quedas doem menos, as cicatrizes se
fecham mais rapidamente e o tempo das tristezas se encurta cada vez mais.
Por que a lição mais importante que você aprende com a idade
é a de que o passado sempre passa.
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